Friday, July 11, 2008

Peter Jackson - The Return of the King.


"E a Fera olhou na face da Bela...e a Bela estava em suas mãos; e, a partir desse dia, a Fera estava condenada à morte."







Você sabe o que é se apaixonar por um filme aos 9 anos de idade e, a partir de então, dizer: um dia eu serei diretor e farei esse filme novamente? Peter Jackson sabe; e não só sabe, como realizou um dos seus maiores sonhos de infância, regravrar o clássico de 1933, King Kong.
A história do gorila gigante que se apaixona pela mocinha volta às telas. Carl Denham (Jack Black), procurando uma atriz perfeita para seu novo filme, encontra Ann Darrow (Naomi Watts) e, junto com o roteirista Jack Driscoll (Adrien Brody) e com um mapa encontrado por Carl, vão parar na Ilha da Caveira, local até então inexplorado, onde há a lenda de que habita uma grande fera.
Com um orçamento de R$200 milhões de dólares e todo o prestígio de que precisava, Jackson mostrou porque concorre ao prêmio de melhor diretor do ano. Procurando ser fiel à obra original (ao contrário da produção feita em 1976, atualizada ao contexto da época), o filme faz valer cada centavo investido; sejam as 3 horas de duração, sejam os efeitos especiais, sejam as lutas de Kong com Tiranossauros, sejam as cenas de Ann Darrow com o gorila.
Nada, porém, parece comparável à espressão de King Kong. Ele é capaz de dizer, sem uma palavra sequer, mais do que todos os atores disseram durante 3 horas; a raiva, o medo, a coragem, a determinação e, principalmente, o amor. Tudo isso através de seu corpo, seus gestos, mas, primordialmente, seu olhar. Andy Serkis, mais uma vez, merece nossos aplausos. Depois de emprestar seus movimentos e voz ao personagem Gollum, de O Senhor do Anéis, agora, é responsável pelo toque humano dado a Kong.
Aliás, há controvérsias. Se ser humano é ser persistente, é lutar em prol daqueles que amamos, é dar a vida pelo outro instintivamente, ninguém no filme é mais humano que Kong, nem mesmo o roteirista famoso Jack Driscoll, que se apaixona por Ann. Ele precisou ouvir suas próprias palavras interpertadas no palco (através de uma peça que ele escreve à Ann) para, só então, perceber que deveria lutar pelo seu amor.
Aventura, suspense, magia digital, romance. Peter Jackson aliou isso a uma trilha sonora digna e, com um toque de gênio, soube dosar cada detalhe, sem pecar para o excesso de cenas de ação ou excesso de melodrama.
King Kong fará derreter os mais sentimentais, alucinar os aventureiros, deslumbrar os futuristas e exaltar os críticos. Se não pelas cenas na Ilha da Caverna, local onde o ambicioso Carl Denham leva todos para rodar seu filme; se não pelas cenas de Kong em Nova York; se não pelo gorila no Empire State, ainda lutando por Ann; se, por nada disso, o mais estarrecido espectador se satisfizer, uma coisa o fará. A valsa de Kong e Ann no gelo é, simplesmente, encantadora. The Beauty and the Beast, como nos contos de fadas. Com direito a toda a magia que se espera. A magia em que A Fera, a Besta, o Monstro, O Gorila, irracional e instintivamente, ensina ao homem que o amor 'tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta'.

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